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Rogerio Ruschel (*)
Foi um espanto o maior evento de degustação de vinhos da Espanha e um dos maiores do mundo, dia 22 de Março de 2014: mil degustadores, profissionais e amadores, de diferentes partes do território espanhol se reuniram no ginásio poliesportivo de Alcázar de San Juan (veja abaixo), na Província de Ciudad Real, Castilla-La Mancha, Espanha, para fazer parte do júri do gigantesco “IV Concurso Regional de Vinos Tierra del Quijote”. Além do marketing, os organizadores acreditam que tanta gente reunida traz credibilidade nos resultados porque “1.000 pessoas não se equivocam” – que é o que você pode ver no painel da foto abaixo.
A imensa comissão julgadora avaliou um total de 250 vinhos de 90 vinícolas e cooperativas de vinhos de quase todas as nove Denominações de Origem
de Castilla -La Mancha (D.O.s Valdepeñas, Méntrida, La Mancha, Manchuela, Jumilla, Mondéjar, Uclés, Ribera del Júcar e Almansa),
Vinhos de Pago e vinhos com Identidade Geográfica Protegida Campo de Calatrava.
Em avaliações simples cada avaliador utiliza em média seis taças para avaliar seis vinhos (mas podem ser mais); um cuspidor (uma tijela para cuspir o vinho provado e a água depois de lavar a boca entre cada vinho provado); um bloco ou caderno para fazer as anotações sobre cada vinho; uma garrafa de água e muitos guardanapos de papel.
E todo este povo almoçou ou lanchou (veja abaixo) – por conta do organizador, o Departamento de Desenvolvimento e Promoção do Vinho de Alcázar de San Juan!
Os principais objetivos da maratona eram reconhecer e premiar os vinhos que melhor possam se adequar ao gosto do consumidor final e trazer a cultura do vinho para próximo da população em geral – para quem participou, para quem assistiu e para quem leu noticias sobre o assunto, como você, prezado leitor. Os melhores vinhos ganharam troféus “Quijote de Oro”, um prêmio reconhecido oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente e pelo Governo Regional de Castilla -La Mancha.
A degustação foi feita na forma de provas cegas, isto é, o provador não tem como identificar qual vinho está provando, porque vai dar a nota e avaliação apenas para o número. Seguindo as instruções dos presidentes das diversas mesas, os provadores foram anotando o que gostaram (ou não gostaram) de cada produto em relação a aromas, sabores e cores dos vinhos, identificando nuances como a intensidade, qualidade, persistência e harmonia de cada vinho provado.
Alcázar de San Juan atualmente detém a presidência da Associação de Cidades do Vinho de Espanha (ACEVIN ) e é o coração de Castilla-La Mancha, o território que tem o maior plantio de uvas do mundo, com cerca de 200.000 hectares de vinhedos e é responsável por uma produção média anual de 21 milhões de hectolitros de vinho, quase 54% da produção espanhola de vinhos.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo e gosta de degustações
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