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Por Rogerio Ruschel
Meu prezado leitor ou leitora, o turismo de qualidade é aquele com o qual o visitante não apenas conhece um destino, um local, mas vivencia alguma coisa nova relacionada a um atrativo e cresce com isso. Esta é uma expressão conteporânea do turismo, e geralmente é realizada no contexto do turismo de identidade (ou turismo com origem), aquele que é desenvolvido baseado em um patrimonio tangível ou intangível da comunidade ou do território. Vinhos, queijos, embutidos, doces e azeites são alguns dos produtos produzidos localmente (chamados “de proximidade” na Europa) que mais favorecem a realização de turismo com identidade.
O turismo com identidade apresenta diversas vantagens para a comunidade, como por exemplo:
- Visitas e degustações a produtores estimulam a venda de produtos e serviços
- Experiências de identidade permitem unir segmentos em cestas, pacotes e roteiros e promover várias cadeias produtivas locais associadas ao turismo
- Reduz custos porque compartilha criação, gestão, promoção e divulgação
- Aumenta a auto-estima dos moradores porqueo turista leva o produto para casa
- Valoriza a cultura local e as propriedades rurais
- Ajuda a manter as novas gerações na comunidade
- Fortalece o Conselho Comunitário de Turismo
Como o vinho é um produto com identidade relacionada a uma determinada região, um terroir ou um jeito de fazer – e muitos vinhos já têm uma certificação de origem formalmente reconhecida – o turismo relacionado à cultura do vinho tende também a ser diferenciado, o que pode agregar valor de mercado. Além de clássicos vinhos com identidade como Borgonha, Bordeaux, Toscana, Douro, Rioja e Napa Valley, um bom exemplo é o que está acontecendo na Serra Catarinense. Antes da certificação dos vinhos produzidos na região, grande parte do turismo só acontecia no inverno, nas férias de julho, mas agora que os vinhos estão sendo certificados com a Identidade Geográfica de Vinhos de Altitude, não só aumentou o valor de venda dos vinhos, mas também aumentou a procura por eles: já se relata que a região recebe pessoas do Brasil inteiro nas quatro estações do ano e não só no inverno.
Soicitei números para a Associação dos Produtores de Vinhos de Altitude, mas como não me responderam, informo apenas os dados da Vinícola Villa Francioni (VF), de São Joaquim. Pois de janeiro de 2019 a julho deste ano a vinícola recebeu 52.496 visitantes, uma média de quase 15 mil visitantes por mes, o que é um número importante porque o período coincide com a pandemia, quando o turismo despencou no mundo inteiro. Segundo Daniela Borges Freitas, presidente da vinícola, o fluxo de turistas continua forte mesmo fora da época de férias tradicionais. “As pessoas estão vindo em busca das belezas da Serra Catarinense, dos bons vinhos e também da arte que disponibilizamos na nossa Galeria durante o ano todo.” informa.
A Villa Francioni é muito ativa promocionalmente e associa vinhos com arte, realizando um amplo programa de exposições, shows e outras mobilizações cuturais durante todo o ano. A vinicola completa 21 anos de fundação neste mes de setembro de 2022 e para comemorar vai lançar, em breve, vinhos especiais reservados à família que também serão apreciados pelos clientes, com venda limitada. Localizada a 1.260 metros de altitude – o que é um destaque no mundo inteiro – foi a primeira vinícola com estrutura profissional na região e com condições de receber visitantes todos os dias, oferecendo passeios nos vinhedos e degustação com os vinhos tintos, brancos, rosé e espumantes da marca.