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Por Rogerio Ruschel (*)
Meu prezado leitor ou leitora, você certamente conhece a história do filme “Assédio Sexual” (em Inglês “Disclosure”), de 1994, no qual uma executiva muito agressiva, interpretada por Demi Moore, assedia sexualmente um subordinado e ex-namorado, interpretado por Michael Douglas. Na foto acima, a moça começa seu ataque sedutor turbinadinha pelo vinho branco que está na mesinha; na foto abaixo, o pobre coitado todo arranhado pela gata selvagem.
Em um determinado momento, ela o obriga a ir até seu apartamento e serve duas taças de vinho – uma garrafa de Pahlmeyer 91, um chardonnay produzido no vilarejo de Coombsville, no Nappa Valey, por uma vinícola pouco conhecida, mas que o casal havia degustado quando eram namorados e passeavam pela Califórnia experimentando vinhos. Você pode não perceber, mas veja o vinho na mesinha lateral na foto abaixo.
Douglas diz: “Um Pahlmeyer 91; como você sabe que eu gosto dele?” E Moore responde “Quero que todos os meninos que trabalham para mim sejam felizes”. Uau! O que rolou depois você pode ver no filme (cartaz abaixo), mas agora vai conhecer um lado desconhecido desta história: a de um enólogo babaca que quase pôs tudo a perder.
O roteirista Paul Attanasio tinha ouvido falar deste vinho e pediu para o gerente de produção entrar em contato com a vinícola Pahlmeyer. Ele ligou e pediu um engradado com as garrafas para o filme. O enólogo da Pahlmeyer, beirando a burrice profunda, respondeu que não ia doar, que cada garrafa custava US$ 20 e desligou o telefone. Mais tarde o proprietário da vinícola, Jayson Pahlmeyer, soube do telefonema e lembrou que no filme “Top Gun”, no qual Tom Cruise apareceu consumindo o champanhe Taittinger, a vinícola francesa havia faturado cerca de US$ 150,000.00 em publicidade gratuita. Então ele mesmo ligou para os produtores do filme, pediu desculpas e enviou o vinho. O resultado é que ao aparecer no filme “Assédio Sexual” o Pahlmeyer 91 teve uma demanda instantânea quatro vezes maior do que sua produção anual. O nome do enólogo não foi revelado, mas acho que ele trocou de nome e foi morar no Himalaia… Nas fotos abaixo Demi Moore tentando seduzir os leitores de In Vino Viajas no filme Striptease e na praia.
Só para matar sua curiosidade, meu caro leitor ou leitora, o Pahlmeyer Chardonnay Napa Valley 1992 é envelhecido em barricas de carvalho francês, tem pontuação de 95 pontos do Robert Parket e uma garrafa custa cerca entre 60 e 70 dólares. Pois é, parece que o melhor mesmo do filme continua sendo a Demi Moore. Aliás, para que ninguém diga que este blogue não é familia, veja a foto dela aqui abaixo com as três filhas que teve com o ex-marido, o “duro de matar” Bruce Willis, com quem foi casada por 13 anos.
(*) Rogerio Ruschelé editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil, e não tinha percebido a garrafa de vinho quando viu o filme “Assédio Sexual”…