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Por Tânia Canadá e Denis de Lima Silva (*)
Exclusivo para In V ino Viajas – Quando em visita ao nosso país vizinho Uruguai, tivemos a agradável possibilidade de fazer passeios agradáveis, visitar vinhedos (como o da foto abaixo) e degustar os vinhos típicos do pais. O Uruguai é principalmente conhecido pela elaboração de vinhos com a casta Tannat. Tradicionalmente são vistos como vinhos marcantes de sabor acentuado e em geral de complicada harmonização.
Nossa agradável surpresa foi verificar que os vinicultores uruguaios estão fazendo excelentes produtos não apenas para paladares acostumados as excêntricas características da uva Tannat. Há uma variedade de cortes e de rótulos que certamente vão agradar a toda uma gama de paladares, desde aqueles mais acostumados aos acentuados taninos até aqueles que preferem características mais amenas compatíveis com harmonizações mais abrangentes. Tudo isso muito diferente daquilo a que temos mais acesso aqui no Brasil em relação aos vinhos de nosso pais vizinho.
Dentre as degustações que fizemos, que serão todas objeto de artigos aqui no “In Vino Viajas”, gostaríamos de começar pelos vinhos da Bodega Bouza. A Bouza é uma produtora que tem parte de seus vinhedos e de seu processo de vinificação no arredores de Montevidéu, a bela capital. Numa agradável viagem rodoviária, a menos de uma hora da capital, chegamos aos vinhedos e à central da vinícola.
Além da tradicional visita guiada (com a simpática Srta. Lucia) onde passamos pela plantação e pelo processo de vinificação, fizemos um passeio bonito, tinha animais exóticos soltos na vinícola e gatinhos simpáticos com comportamento canino. Ao final do passeio, pudemos desfrutar de uma degustação de vários dos rótulos da vinícola que poderia ser acompanhado de um sortimento de petiscos ou de um delicioso almoço.
Optamos não pelo almoço (disponível no agradável restaurante local) mas sim pela degustação simples. Foram quatro rótulos acompanhados de azeite, pão e uma variedade de queijos – e como não poderia ser diferente, coroados por um excelente jamón.
Os rótulos degustados foram:
· Branco – Albariño – Alcool em total equilíbrio, aromas intensos de frutas cítricas (abacaxi/pêra/pêssego) ótima finalização na boca excelente com queijos leves, um pouco caro para compra mesmo na vinícola;
· Tinto – Merlot – 8 meses de envelhecimento em barrica, bem equilibrado, pouco álcool e muito interessante com gorgonzola boa opção de compra;
· Tinto – Tannat/Merlot – 8 meses de envelhecimento em barrica, bem desequilibrado, precisava de gordura para harmonizar bem, não seria hoje uma opção de compra, acredito que a opção final do Enólogo não me agradou;
· Tinto Tannat 100% – 14 meses de envelhecimento em barricas americanas e francesas (alternando 50% de cada), aveludado, excelente equilíbrio na boca, corpo perfeito, excelente opção.
Todos combinaram perfeitamente com a variedade de petiscos colocada à nossa disposição, o que os torna boas opções para encontros sociais despretensiosos ou para acompanhamentos de jantares mais elaborados com vários pratos. Mas isso é assunto para outro post. Até lá, fica um brinde, caro leitor.
(*) Tânia Canadá é sommeliére formada pela ABS, consultora de vinhos, trabalhou em diversas importadoras do País, ministra aulas e capacitação para funcionários de hotéis e restaurantes. Denis de Lima Silva – é professor universiário, publicitário, fotógrafo nas horas vagas e um homem curioso no universo dos vinhos.