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Por João Monge Ferreira (*)
Os produtores de vinho português querem usar o Mundial de Futebol de 2014 para promover a imagem de Portugal no Brasil e incrementar as vendas – e começaram participando da ExpoVinis 2014, o principal evento do setor na América Latina, realizada de 22 a 24 de abril em São Paulo – SP. (Abaixo, uma imagem do Douro).
“O Mundial é importante porque ajuda a falar de Portugal no Brasil, e haverá muitos estrangeiros no país que bebem vinhos portugueses”, afirmou João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e produtor de vinho.Por outro lado, a visibilidade de Cristiano Ronaldo também poderá ajudar à promoção dos produtos portugueses, considerou João Machado, esperando que a claque da equipa vencedora “comemore o título com vinho português”.
O produtor vinícola e diretor da Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (Fenadegas) Victor Damião acrescentou que haverá também mais portugueses no Brasil durante o evento, entre turistas e profissionais, o que irá também ajudar à promoção. (Na foto abaixo cais no Alentejo em foto de Antonio Laranjeira).
No total, 47 produtores portugueses de várias regiões demarcadas (veja imagem abaixo) participaram este ano na Expovinis Brasil, em torno da entidade ViniPortugal, a associação interprofissional privada que promove no exterior a imagem de Portugal enquanto produtor de vinhos. Entre os participantes estiveram produtores ligados a entidades como CAP, Fenadegas, Vinhos do Alentejo, Vinhos de Lisboa, Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, e empresas já com sede no Brasil, como a Adega Alentejana. A expectativa dos produtores é aumentar a exportação para o Brasil, após um tímido crescimento em 2013, de 1%.
A gestora de mercado da ViniPortugal, Sónia Vieira, afirmou que o resultado do ano passado teve como principal causa o crescimento também tímido da economia brasileira, mas que o país ainda tem espaço para uma maior presença de vinhos portugueses. O consumo per capita de vinho no Brasil é de apenas dois litros por ano, enquanto em Portugal chega a 42 litros. Por isso, o país tem potencial crescimento, salienta Sónia Vieira. Neste ano, a ViniPortugal esteve presente na Expovinis com uma área dedicada a seminários e educação de profissionais. Os produtores da CAP pela primeira vez contaram com o auxílio de dois fundos públicos de financiamento, da União Europeia e de Portugal, que suportaram 75% do custo de participação no evento. Produtores ligados à Fenadegas afirmaram que aproveitaram a presença no Brasil para participar de outros eventos de promoção do vinho, no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro.
Dois vinhos portugueses foram escolhidos para o “top ten” da Expovinis, que reúne os dez melhores vinhos expostos, segundo jurados profissionais. Um deles é o Scala Coeli, eleito como o melhor tinto da península Ibérica, produzido pela Adega Alentejana. No Brasil, ele é vendido a 560 reais (180 Euros). O escolhido como melhor vinho fortificado e doce foi o Andresen Porto White 10 Years, da região do Douro, distribuído pela Lusovini, que é vendido no Brasil a 207 reais (66,6 Euros).
Outros posts da série Taças na Copa:
Batalha dos sabores França X Itália: http://www.invinoviajas.com/2014/04/batalha-de-sabores-franca-x-italia/
Os vinhos do craque espanhol Andrés Iniesta:
Sobre o Faces, o vinho oficial da Copa do Mundo 2014 da FIFA: http://www.invinoviajas.com/2014/05/um-brinde-copa-do-mundo-2014-com-o/
Sobre o vinho Leo de Lionel Messi: http://www.invinoviajas.com/2014/05/messi-vai-levantar-taca-mas-vai-ser-uma/
(*) João Monge Ferreira é português, editor do blog “João Sem Vinho”, Diretor Geral das organizações Pequenos Produtores Portugueses, Novos Rurais/Farming Culture e EcoCasa Portuguesa.
Saiba mais sobre vinhos protugueses no site João sem Vinho – http://joaosemvinho.blogspot.com.br