Tempo de leitura: 4 minutos
Por Rogerio Ruschel
Meu caro leitor ou leitora, agora tu vai conhecer uma história prá lá de buena, feita e contada por gaúchos: a história da ceva Polar, a cerveja que só fala “gauchês” e é apenas a melhor do mundo na opinião dos bagual de lá, como eu!
A Polar é uma marca da Ambev, que como tu deve saber, é uma multinacional brasileira, parte da Inbev, a maior cervejaria do mundo, que por sua vez é o resultado de uma porrada de fusões e aquisições, entre as quais com a Anheuser-Busch e a Miller. Uma das maiores empresas de produtos de consumo do mundo, a Inbev faz a gestão de cerca de 2.000 marcas de cervejas em vários segmentos, em mais de 130 países. Quer dizer: acho que os caras sabem o que estão fazendo, não?
Pois uma destas marcas é a Polar, uma cerveja pilsen produzida e comercializada exclusivamente no sul do Brasil, no rincão da indiada véia. No meu tempo de guri lá no sul eu ainda não bebia, mas quando já ba faculdade – os magrinhos e as gurias matavam aula na PUC e iam gastar uns pilas bebendo Polar (ou Serramalte ou Pérola, todas marcas da terra) nos bares do Moinhos de Vento ou do Bomfim. Bons tempos, lembro que eu esvaziava a guaiaca e enchia a cara…
A cerveja Polar (ou “ceva Polar” como a gente chama por lá) foi lançada em 1929 na cidade de São Martinho, uma cidadezinha no noroeste do Rio Grande, muito perto dos catarinas, e ao longo dos anos foi evoluindo: teve 3 fábricas em Estrela (terra dos Ruschel), Porto Alegre e Guaporé; trocou de nome para Polar Export e trocou de proprietários. Mas sempre manteve o posicionamento de ser a marca dos gaúchos e a comunicação sempre foi centrada nisso. A parte boa, em termos de marketing, é que com esse posicionamento a Polar fugiu do entrevero de mercado com um mundaréu de cervejas babacas sem identidade.
Em 1999 a Polar foi comprada pela AmBev e os novos proprietários compreenderam a profunda ligação emocional desta marca com a cultura territorial dos gaúchos. Bah guri, o lance foi tão forte que a cerveja passou a ser vendida apenas dentro do estado do Rio Grande do Sul e até o antigo rótulo for export foi trocado para no export. Tri legal! Para a marca Polar, a identidade territorial gaúcha foi e continua sendo ampliada, fortalecendo outro aspecto da nossa cultura, o estereótipo do gaúcho pilchado e que valoriza somente (ou muito) o que é produzido em seu território. Oigatelê, que coisa buena!
E agora te aprochega porque vem a parte que tu vai mesmo achar engraçado: a comunicação da Polar, realizada nas midias sociais, trabalha a marca em um site como se fosse um clube de iniciados em “polarlogia”. A base é o fato de que “A melhor é daqui” e trabalha conscientemente o objetivo de fazer com que os consumidores gaúchos se orgulhem desta cerveja. A comunicação utiliza fortemente expressões como “tu”, o “tchê”, o “bah” e outras típicas palavras gauchescas que apenas os felizardos que nasceram e cresceram no Rio Grande do Sul costumam usar, como “bagual” (sem “tradução” exata para o português convencional), ”chima” (chimarrão), “berga” (diminutivo de bergamota, que é como a gente chama a mexerica), “churras” (churrasco) e outras.
A comunicação utiliza também comentários sobre o território que são familiares apenas para nós, os abençoados do sul, como a disputa permanente entre os times de futebol Gremio e Internacional (o clássico grenal) e o fato das praias do sul (exceto Torres, minha cidade natal) serem muito frias e ventosas (e sabemos como os veranistas sofrem com o vento “nordestão”). Sem falar, é claro, no orgulho que temos em relação a nossa terra (“te enrola na bandeira do Rio Grande e comemora com Polar”).
Pois é, meu caro leitor ou leitora, nós gaúchos somos um pouco exagerados, mas temos bom gosto em beber uma ceva como a Polar. E somos humildes, mas não podemos esconder o fato de que reunimos lá nos pagos pelo menos 7 maravilhas mundiais.
Rogerio Ruschel é gaúcho, claro, e gosta de cerveja Polar, embora prefira vinho. Mas se tu gostou e quiser acompahar esta historia, acessahttps://pt-br.facebook.com/Cerveja-Polar-213815041997593/
Link permanente
A primeira vez que tomei uma polar eu lembro que depois disto nunca mais belo algo igual no atual no momento estou residindo em Santa Catarina aqui não se encontra esta marca sagrada polar mal vejo a hora de pisar no Rio Grande do Sul para abrir uma polar bem gelada abraços Israel Pinto Capivari de Baixo Santa Catarina rua João Ernesto Ramos 9e9 bairro Centro CP 88754000
Link permanente
Pois é, Israel, a Polar fica mesmo no Rio Grande do Sul, aqui em SãoPaulo também não encontro.
Link permanente
E aqui no Oeste Catarinense, região repleta de descendentes de gaúchos migrantes, a Polar precisa ser contrabandeada ahahahah!! Abraço, tio.
Link permanente
Pois é, Beto, só mesmo com contrabando!!!!!
Abraços