A adega da Moldávia que tem 100 Km, 1,3 milhões de garrafas de vinho e engoliu o astronauta Yuri Gagarin

Tempo de leitura: 3 minutos

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Por Rogerio Ruschel (*)
Apesar de serem as mais tradicionais e visitadas, as caves subterrâneas francesas da Champagne, Borgonha e Bordeaux, com no máximo 20 quilometros, não são muito grandes. As maiores do mundo estão localizadas na Moldávia, um pequeno país que ficou independente da União Soviética em 1991 (veja no mapa abaixo). A Moldávia – também conhecida no passado como Moldova, Dacia e Bessarabia – tem uma história de quase 5.000 anos e sempre ligada ao vinho.

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Atualmente seus cerca de 4,5 milhões de habitantes tem 25% do PIB baseado no vinho e o país é o sétimo maior exportador de vinhos do mundo, o que vem injetando muito dinheiro no país. Na foto abaixo a parte moderna da capital Chisinau.

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Duas comunidades da Moldávia discutem quem tem a maior adega do mundo: Cricova e Milestii Mici. As “minas de Cricova” ficam perto da capital Chisinau e suas entranhas de calcáreo começaram a ser escavadas no século XV com o objetivo de fornecer calcáreo e cal para a construção de Chisinau – uma cidade com muitos parques e praças (abaixo) e que é considerada uma das capitais européias mais arborizadas. Veja abaixo uma cena da Moldávia rural.

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As adegas de Cricova somam cerca de 100 quilômetros de comprimento e em seus corredores de até 7,5 metros de largura e 3,5 metros de altura que albergam cerca de 1,3 milhões de garrafas com 653 marcas diferentes, podem circular automóveis (abaixo) por ruas que são batizadas com nomes de uvas, como Praça Cabernet, corredor Pinot Noir, ruas Chardonnay, Sauvignon, Feteasca, praça Aligote ou avenida Muscat. Veja bem abaixo parte da Cabernet Street.

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A Coleção Nacional de Vinhos de Cricova, que fica dentro da adega, é famosa e respeitada: as garrafas mais antigas datam de 1902 e entre elas estão algumas preciosidades que pertenceram ao general nazista Hermann Goring. Durante os períodos de guerras as minas da Cricova foram utilizadas como esconderijo de combatentes ou para estocagem de armamento – o que, aliás, também aconteceu na França durante a invasão nazista da segunda grande Guerra.

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Milhares de visitantes visitam a Coleção Nacional e a adega desde que começou a ser usada para guardar vinhos nos anos 1950; registros mostram que os presidentes da China (Zian ZeMin), da França (Jacques Chirac), da Polonia (Alexander Kwasniewski), da Romania (Lon Iliescu) e da Russia (Vladimir Putin, que comemorou seus 50 anos lá dentro),além de Leonid Brejnev e Mijail Gorbachov costumavam ir lá para provar os vinhos. Aliás, moradores dizem que Yuri Gagarin (foto abaixo), um herói nacional russo e o primeiro homem a viajar para o espaço e voltar para o Planeta Terra, teria se perdido nos subterrâneos de Cricova durante dois dias em 1966 e quase não voltou para a superfície da Terra…

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A outra adega concorrente ao titulo de maior do mundo se chama oficialmente Empresa Estatal e Complexo Industrial de Vinhos de Qualidade Milestii Mici, criada oficialmente em 1969 para armazenar, amadurecer e preservar vinhos de alta qualidade para exportação. Veja abaixo o bonito brazão das armas da nação Moldava que realmente entende de vinhos, especialmente espumantes, reforçados e tintos de mesa.

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Existem informações conflitantes sobre Milestii Mici. O que é verdade é que as galerias subterrâneas podem atingir até 100 metros de profundidade e alcançam as bordas da capital Chisinau. Consta que no total tem cerca de 200 quilometros de galerias, mas o acesso tem sido feito “apenas” aos primeiros 55 quilometros. De qualquer maneira Milestii Mici foi reconhecida pelo livro dos recordes Guiness como a maior coleção de garrafas de vinho de qualidade do mundo, com mais de 1,9 milhão de garrafas.ø que é maior do que a minha adega aqui em casa…
Este post é dedicado ao(s) leitor(es) do In Vino Viajas que mora(m) em Chisinau.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo, visitou caves subterrâneas em Saint Emillion, Bordeaux e adoraria se perder nas adegas da Moldávia.

 

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