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O engenheiro de Belo Horizonte Horácio Barros e seus filhos Pedro e Natália (abaixo) estão há 16 meses realizando uma volta ao mundo do vinho em 170 regiões vinícolas de 24 países, percorrendo 100.000 kms em um motor-home.
In Vino Viajas fez uma parceria com eles e vai publicar posts com alguns dos melhores destinos de enoturismo desta que é a maior enovolta ao mundo. Em março abril de 2013 publicamos uma entrevista com os aventureiros e alguns posts de destinos. Neste post agora publicamos um texto do Horácio sobre a Toscana, incrementado por fotos de autoria deste repórter, Rogerio Ruschel, editor deste blogue. Um brinde à Toscana.
“O sonho de todo enófilo ou amante do vinho é percorrer as estradas rurais da Toscana entre as cidades satélites de Montalcino, Siena e Florença e outras pequenas cidades históricas, Pisa, San Gimignano, Arezzo e Montepulciano. Sonho nosso também. Por cerca de 10 dias percorremos com o motorhome (abaixo, o trailer em Sorrento) pelas vinícolas localizadas em diversas rotas da Toscana.
Turísticamente falando, a Toscana pode ser dividida em cinco rotas: rota em torno da cidade de Montalcino com os seus famosos vinhos tintos; Brunellos de Montalcino e o Rosso de Montalcino, a rota dos vinhos Chianti em torno das cidades de Siena, Arezzo e Florença, a rota dos vinhos Supertoscanos, em torno de Bolgheri, próxima a costa, a rota de Montepulciano e a rota do novo eldorado da Toscana, Marema.
Descrever a beleza do meio rural da Toscana é uma tarefa árdua, mas que pode ser expressa por cinco palavras: videiras, oliveiras, cozinha, arte e ciprestes.
Buscando carona em seus tesouros artísticos de seus patronos: Michelangelo, Botticell e Donatello, juntamente com as cidades históricas medievais, museus repletos de artes do período renascentista, belas paisagens, excelente gastronomia, ótima estrutura turística, conduziram esta região a ser a precursora do enoturismo na Itália e uma das mais importantes do mundo vitivinícola.
Atualmente a rota dos vinhos e da gastronomia da Toscana é considerada um dos principais destinos enoturístico do mundo, apoiado por grandes vinhos tintos de estilos diferentes, tendo como destaque sua uva tinta autóctone, a difícil e caprichosa, Sangiovese, base dos vinhos Chianti, dos Brunellos e dos vinhos Nobile de Montepulciano.
Além, castas francesas (Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah) estão entrando em corte com a Sangiovese gerando vinhos tintos extraordinários, os chamados “Foras da Lei ou Supertoscanos”, ou mesmo nos modernos Chiantis que estão misturando a Sangiovese com tintas francesas (até no máximo 20% de acordo com a legislação da denominação).
A Toscana é a terra dos vinhos tintos, com poucos brancos sobressaindo, exceto alguns elaborados com as uvas Trebbiano e Vermentino. Além dos espetaculares tintos a Toscana apresenta ao mundo um vinho de sobremesa, diferenciado e com grande tipicidade: o Vin Santo, tradicionalmente acompanhado de biscoitos de amêndoas, típicos da Toscana, os Cantucci, molhados no vinho. Uma maravilha de harmonização e sabores.
O volume de vinhos produzidos pela Toscana é imenso e de diferentes níveis de qualidade e tipicidade, podendo gerar vinhos simples para atender o consumo de massa, bem como gerar vinhos extraordinários. O interessante da Toscana é perceber a tipicidade de cada vinho gerado nos seus diversos e diferentes “terroirs”.
Mas a Toscana não vive somente das uvas autóctonas. Vários vinhos são elaborados com as uvas tintas Cabernet Sauvignon, Merlot ou Syrah com a Sangiovese ou mesmo em varietais tintos. Alguns brancos varietais se destacam com as francesas Chardonnay, Sauvignon Blanc e as italianas, Pinot Grigio e Pinot Bianco. O “terroir” da Toscana é muito variado, predominando colinas e diferentes tipos de solos o que obriga a uva tinta Sangiovese a se adaptar a cada zona e apresentar vinhos diversos em cada microclimas de cultivo. O clima da Itália central é mais fortemente influenciado pela altitude do que pela latitude.
A Toscana é o berço da uva Sangiovese, uma das melhores tintas do mundo. Além, são plantadas na região várias uvas autóctonas: Gentile, Prugnolo, Canaiolo. As castas francesas também estão presentes: Merlot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon e um pouco de Syrah. A principal uva branca é a Malvasia, seguida pela Trebbiano, Vernaccia, Verdicchio e Vermentino e alguns vinhedos de Chardonnay.”
Saiba mais sobre a viagem de Horácio Barros e seus filhos em
–> http://www.wineworldadventure.com/