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Por Rogerio Ruschel (*)
Localizada no limite das regiões de Flandres (região de cultura germânica, com idioma flamengo/holandês) e Valônia (de herança francesa), no município de Halle, distante cerca de 25 Km da capital Bruxelas, a floresta de Hallerbos é espantosamente linda. Na primavera e no verão a floresta fica coberta de flores, jacintos selvagens chamados Bluebell (no detalhe, na foto abaixo) que misturam azul e violeta, formando um tapete encantador que certamente vai consumir toda a pilha da bateria de sua camêra fotográfica.
Embora atraia muitos moradores da região que fazem passeios, exercícios e caminhadas o ano inteiro, no outono friorento (acima) – e mesmo no inverno com quase 1 metro de neve! – na primavera e no verão (de março a agosto) Hellerbos fica tomada por fotógrafos profissionais e amadores de todas as partes do mundo procurando recantos, ambientes, árvores, brumas, animais, insetos, fungos, cogumelos e flores, muitas flores. E você não precisa confessar mas procure fadas, duendes, faunos, elfos e outros seres encantados da floresta, que o visitante tem a forte impressão de que estão por lá!
Esta é uma floresta centenária: o registro mais antigo encontrado que faz menção a Hallerbos data do ano 686, no século VII, quando São Waltrudis doou uma boa parte do domínio da floresta à Abadia de St. Waltrudisna comunidade e Ducado de Bergen. Mas não deu muito certo e como os senhores de Bergen nãoforam capazes de gerir a floresta de maneira adequada, Hallerbos foi colocada sob a tutela e proteçãodos senhores da comunidade de Bruxelasem 1229, e assim ficou.
Preservada desde sempre e utilizada na Idade Média como território de caça de poderosos, mesmo perdendo pequenos pedaços, a floresta se manteve viva por séculos. Durante a Primeira Guerra Mundial Hallerbos foi quase destruída pelos nazistas; depois perdeu trechos para “o progresso” moderno do pós-guerra como rodovias, mas também ganhou áreas de agricultura e hoje, com apenas 552 hectares tem sido alvo de campanhas de replantio de árvores do gênero Fagus e carvalhos que levarão dezenas de anos para ficar como estas das fotos. A floresta oferece serviços de primeiro mundo para visitantes – incluindo um museu e mapa de trilhas – que você pode conhecer no site próprio, http://www.hallerbos.be/en/
Mas já que você vai estar na Bélgica procurando elfos e fadas para compartilhar uma bebida, aproveite para conhecer um pouco de seus vinhos. Embora a Bélgica não tenha grande tradição vinícola, vinhedos já existem lá desde o tempo do Império Romano. O país já foi parte das terras do Duque de Borgonha e teve momentos de glória nos séciulos XVI e XVII quando exportava vinhos brancos. Atualmente a produção é muito pequena e os vinhos brancos (90%) são produzidos em duas grandes regiões: no Flemish Brabant, onde convivem quatro AOCs – Appellations d’Origine Contrôlée incluindo a primeira a ser criada em 1997 e a mais importante delas, a Hageland; e em Walloon Brabant que tem uma AOC.