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Por Rogerio Ruschel (*)
A cortiça é retirada de nove em nove anos das árvores mais velhas, e até de 12 em 12 anos quando são mais jovens. Os cientistas afirmam que um sobreiro muito produtivo rende cerca de 4.000 rolhas em cada colheita, em média. Pois bem: em Portugal fica a “The Whistler Tree” (árvore do assobio em livre tradução, porque em sua copa ficam muitos pásssaros), com 231 anos comprovados e ainda uma magnífica produtora de cortiça: na safra de 2000 ela rendeu 825 quilos de cortiça bruta, o suficiente para produzir 100.000 rolhas para garrafas de vinho! É espantoso: são 25.000 % a mais do que uma árvore comum! A próxima colheita da fantástica bi-centenária árvore será em 2018. Veja abaixo o processo de retirada da casca de cortiça e um depósito de cortiça bruta.
Espécie protegida por lei em Portugal desde a Idade Média, além de seu grande valor econômico, o sobreiro tem importantes funções ecológicas. Em Portugal cerca de 730 mil hectares de Montado de Sobro (nome do bioma que abriga o sobreiros) formam um santuário de biodiversidade que protege mais de 60 espécies de aves, 24 de répteis e anfibios, 37 mamíferos e centenas de espécies de plantas. – veja abaixo um bosque destes.
Como é uma árvore grande e alta (chega a atingir 25 metros de altura) e tem uma longa vida, o sobreiro estabiliza os ciclos naturais, ajuda a preservar o solo, recicla nutrientes e água, produz matéria orgânica em bom volume, reduz a velocidade dos ventos e pelo fato da cortiça ser um ótimo isolante, ajuda a evitar incêndios florestais. Realmente esta árvore merece um brinde: tim-tim, dona Whistler.
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas desdeSão Paulo, Brasil, onde não existem bosques de sobreiros, mas cortiça não falta…
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