Tempo de leitura: 2 minutos
Por Rogerio Ruschel (*)
A história registra que em 1519 o navegador português Fernão de Magalhães liderou a primeira volta ao mundo de navio a serviço do rei da Espanha Carlos V. Fernão de Magalhães foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico. No meio da viagem, em 1521, ele foi morto em uma batalha nas Filipinas e seu segundo capitão, o basco Juan Sebastian Elcano terminou a viagem em 1522 (veja o mapa abaixo). O cronista da expedição era o espanhol Antonio Pigafetta que estava com Magalhães na Nao Victoria (Nau Vitória) um dos cinco navios da frota (veja na ilustração acima), que como os outros quatro estavam repletos de barris de vinho produzido na região de Cazalla de la Sierra, na Serra Norte de Sevilha. Isso é história. Veja abaixo a nau Vitória.
Pois agora você já pode degustar o vinho de Magalhães. Quase 500 anos depois o vinicultor Ramón Salas descobriu a proporção de uvas que seriam a origem dos vinhos Cazalla de la Sierra, e a partir disso criou a Bodega Nao Victoria (Vinícola Nau Vitória) em homenagem à viagem de Magalhães, Elcano e Pigafetta. A empresa implantou um vinhedo de 25 hectares (foto abaixo) nas cercanias do Parque Natural da Serra Norte de Sevilha e em 2010 produziu a primeira safra com as uvas Cabernet Franc (40%), Merlot (20%) e Syrah (40%), batizada de Pigafetta, em memória do cronista da expedição.
Fortemente ligado à terra, o projeto da Bodegas Nao Victoria é baseado em três objetivos claros, como informa Salas: “Desenvolver um vinho de qualidade; ouvir e respeitar a terra através da agricultura orgânica; e manter a personalidade do nosso vinho”. A ligação dos vinhos da Serra Norte da Espanha com a travessia de Fernão de Magalhães e seus ajudantes espanhóis será reforçada durante as comemorações do V Centenario de la Primera Vuelta al Mundo em Sevilha entre 2019 e 2022.
O vinho sempre esteve com os navegadores e aventureiros que alargaram os horizontes da Humanidade e esta escultura de pedra da foto acima, que representa um navio transportando barris de vinho, parte de uma lápide do século III DC (ano 280) encontrada na Alemanha, é uma sólida demonstração disso. Vinho, de fato, é cultura.
Veja como o vinho ajudou os Vikings a descobrir a América 500 anos antes de Cristóvão Colombo:
(*) Rogerio Ruschel é o cronista-chefe desta nave informativa denominada In Vino Viajas que viaja pelo mundo
Link permanente
Muito bom o artigo!
Link permanente
Obrigado, Evandro. Abs
Link permanente
fantastico!!!
Link permanente
Obrigado, isto é especial, vindo de um artista como você. Um grande abraço Mário Moita
Rogerio
Link permanente
Parabéns , muito interessante.
Link permanente
Obrigado, José
abraços