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Por Rogerio Ruschel (*)
A propriedade fica no coração do Médoc (AC Pauillac), cerca de 70 quilometros a noroeste da cidade de Bordeaux e entrou para a família em 1853 quando o Barão Nathaniel de Rothschild, um membro do ramoinglês da família, comprou a propriedade de monsieur Brane Mouton, e a rebatizou de Mouton-Rothschild. Mas a grande virada começou em 1922, quando Phillipe de Rothschild, da quarta geração, então com 29 anos, assumiu aos poucos os negócios, interferindo positivamente no futuro da empresa. Abaixo, rótulo de Salvador Dali, de 1958.
Até 1924, como todos os produtores na região do Médoc, o vinho Château Mouton Rothschildera vendido em barris para um comerciante em Bordeauxque fazia a maturação, engarrafamento,rotulagem, marketing e as vendas. Por causa disso, este merchant (engarrafador e vendedor) nunca se preocupou com a aparência das garrafas que vendia. Mas em 1924 o jovem Barão Philippede Rothschild tomou uma decisão, revolucionário na época, de engarrafar ele mesmo seu próprio vinho que saia da propriedade já pronto. (Veja no rótulo abaixo que todos os anos até meados dos anos 80 o produtor informa no rótulo o desempenho da safra). Abaixo rótulos feitos por Henry Moore, em 1964 e Joan Miró em 1969.
Para fazer isso Philippe de Rothschild encomendou o trabalho para o então famoso designer de cartazes Jean Carluque ao criar um rótulo para os vinhos do Château Mouton Rothschild, mudou a história dos vinhos para sempre. E assim foi feito, entre 1924 e meados dos anos 1940. Abaixo, rótulos criados por Marc Chagall em 1970 e pelo artista pop norte-americano Andy Warhol em 1975.
Em 1945 o Barão decidiu acrescentar no rótulo de seus vinhos um “V” para celebrar a Vitória da libertação da França dos alemães no fim da Segunda Grande Guerra – veja abaixo. Sabe-se que os alemães fizeram muita sacanagem com os vinhos franceses, mas isto é outra história.
Como resultado foi muito bom, deste ano para a frente todos os anos o Barão convidava um artista para fazer um novo rótulo dos Château Mouton Rothschild, transformando as prateleiras em um museu de arte de altíssima qualidade, com rótulos desenvolvidos por artistas como Braque, Dali, Picasso, Kandinski, Chagall, Bacon, Tàpies, Miró, Andy Warhol e Koos. E a marca se transformou em um mito no mundo dos vinhos. Abaixo a obra de John Huston (1982), Keith Haring (1988) e do japonês Setsuko, em 1991.
Quando o Barão Philippe de Rothschild morreu em 1988 sua filha, a Baronesa Philippinede Rothschild, passou a comandar a empresa e assumiu para si a responsável de escolher os artistas para criarem osrótulo de cada ano . Além disso, a Baronesa apoiou ou financiou as artes como mecenas e foi grande incentivadora da exposição itinerante “Mouton Rothschild: arte e etiqueta”. Abaixo duas doiduras criativas de Raymond Savignac (1999) e Ilya Kabakov, de 2002.
A Baronesa Philippine de Rothschild morreu em 2014, deixando um grande legado em arte, vinicultura e negócios. Saiba mais sobre o trabalho da Baronesa em http://www.invinoviajas.com/2014/09/um-brinde-baronesa-philippine-de/
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Muito boa a apresentação. Preferi Chagall. O usual é vinho e poesia
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Obrigado, Pádua. De fato os artistas são excepcionais e agregam valor a quem compra (caro) pela garrafa! Abraços, rogerio
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