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Meu prezado leitor ou leitora, a Grande Prova Vinhos do Brasil2016 vai ficar conhecida como as Eno-Olimpíadas do Brasil: dia 03 de Agosto foram divulgados os vinhos vencedores da quinta edição deste concurso, a maior de todos os tempos. Pode-se dizer que se tratam de vinhos vencedores de uma olimpíada, uma verdadeira corrida de obstáculos, porque o concurso começou no Rio de Janeiro no mes de junho e terminou no evento de entrega dos resultados no Hotel Casacurta em Garibaldi, na serra gaúcha, esta semana – veja foto abaixo. Os resultados completos serão publicados no Anuário Vinhos do Brasil 2016/2017, que será lançado no Rio de Janeiro durante as Olimpíadas e em breve estará nas bancas.
O evento é uma realização do Grupo Bacco com a coordenação do jornalista Marcelo Copello, e foi a maior de todos os tempos já realizada no Brasil: milhares de garrafas de vinhos (vários exemplares de cada um dos 850 rótulos) foram enviadas por 110 vinícolas de oito estados brasileiros (foto abaixo). “Os jurados estrangeiros se encantaram com os sucos de uva e com os nossos espumantes Moscatel, mas a maioria dos brasileiros ainda desconhece que o Brasil tenha tanta variedade de vinhos”, disse Marcelo Copello, do Grupo BACO e presidente do júri.
E aqui está talvez a maior novidade do concurso, depois da grande quantidade de concorrentes: a variedade de terroirs e regiões de produção que se espalham pelo país. Estima-se que cerca de 90% dos vinhos brasileiros são produzidos no Rio Grande do Sul, mas entre os 30 vencedores temos vinhos de quatro estados e alguns deles totalmente desconhecidos, de regiões como a Chapada Diamantina, a serra fluminense e a Serra da Mantiqueira.
Vinhos do sudeste do Brasil estão sendo produzidos (e também muito bem avaliados) utilizando uma tecnologia de produção denominada “poda invertida”, que consiste em alterar o ciclo da vinha para fazer a colheita no inverno. É assim: no verão brasileiro, em janeiro, quando as vinícolas do Sul colhem suas uvas, no Sudeste, poda-se a planta; e em julho, no inverno, colhe-se a uva quando é seco, as noites são frias e as uvas estão maduras. Segundo o introdutor da técnica no Brasil e coordenador técnico da Epamig, Murillo de Albuquerque Regina (na foto abaixo do Paladar, jornal O Estado de São Paulo), “Não precisamos corrigir o vinho, temos 14%, 15% de álcool que não pesam porque temos acidez. Sem chuvas, não há diluição. As noites frescas trazem a boa acidez e nos dão vinhos equilibrados que podem envelhecer”. Murillo Regina tem mestrado e doutorado em viticultura e enologia em Bordeaux e um pós-doutorado sobre melhoramento da viticultura no Entav, do Instituto do Vinho e da Vinha da França. De lá trouxe para o Brasil a técnica da poda invertida para o Sudeste, no ano 2000, que agora comeca a recolher os frutos.
A comissão Julgadora foi formada por especialistas brasileiros e do exterior: Michel Friou – França, enólogo chefe da vinícola Almaviva; Danio Braga – chef e sommelier, fundador da ABS Brasil; Sebastián Rodrigues – Chile, enólogo da Concha y Toro; Diego Arrrebola – Sommelier, atual bi-campeão brasileiro; Vladimir Veliz – Chile, do site CanaldeVino; Gilberto Pedrucci – enólogo e presidente do Sindivinho; Marcio Oliveira – jornalista de MG, responsável pelo site Vinotícias; Ed Arruda, sommelier chefe do Copacabana Palace; Ricardo Farias, presidente da ABS-Rio; Celio Alzer, professor da ABS-Rio; Roberto Rodrigues, diretor da ABS Rio; Homero Sodré, Delegate de Bordeaux no Brasil pelo CIVB; Jô Sodré, professora de vinhos da Universidade Estácio de Sá; Maria Helena Tahuata, vice-presidente da ABS Rio; Romeu Valadares, jornalista; Luiz Fernando Silva, do Grupo Pão de Açúcar; Sergio Queiroz, Grupo BACO; Marcelo Copello – Grupo BACO e presidente do juri. na foto abaixo, os vencedores com seus diplomas.
Então conheça os campeões da Eno-Olimpíadas, os vencedores de cada categoria da Grande Prova Vinhos do Brasil 2016 – na foto acima representantes com seus diplomas:
14. Rosé – Dunamis Tom