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Por Rogerio Ruschel (*)
Aceitei o convite e esta semana “desafiei meus sentidos, esqueci o comum e aproveitei o único”. Explico: participei da Grande Degustação Vinhos de Portugal, no espaço Rosa Rosarum (detalhe abaixo), em Pinheiros, S. Paulo, organizada pela Exponor, onde pude degustar vinhos diferenciados, únicos, feitos com uvas com identidade e personalidade próprias.
Portugal tem uma longa tradição na criação de vinhos únicos. Desde o ano 2.000 Antes de Cristo sucessivas gerações se dedicaram a cuidar de vinhas e aperfeiçoar processos de vinificação, trabalhando com cera de 250 castas de uvas típicas da região – autóctones – que formam um patrimôno vivo de Portugal. Entre estas uvas que sempre me surpreendem estão as brancas Arinto, Encruzado, Fernão Pires (que gera ótimos colheita tardia), Roupeiro, Rabo de Ovelha, Gouveio, Cercial, Viosinho Côdega, Loureiro, Trajadura, Azal, Antão Vaz, Bical, Alvarinho (foto abaixo) e outras, em várias regiões portuguesas.
Entre as uvas tintas típicas de Portugal estão a Touriga Nacional (foto acima), Baga, Castelão, Trincadeira, Tinta Roriz (Aragonez), Touriga Franca, Alicante Bouschet, Moreto, Alfrocheiro, Porto, Tinta Barroca, Tinta Cão, Tinta da Barca, Tinta Francisca, tinta Barroca. Estas uvas acabam permitindo a riqueza de vinhos com cerca de 30 DOCs (Denominações de Origem Controlada) e IGs (Indicacões Geográficas) espalhadas pelo país, e nas ilhas Açores e Madeira. Veja o mapa abaixo.
Este patrimônio vinícola, associado à gastronomia também personalizada, tem atraído cada vez mais consumidores, quase na mesma velocidade com que as belezas naturais, histórias e culturais – outro patrimônio do país – tem atraído turistas e enoturistas. Só para lembrar, no começo de agosto saiu o resultado de um concurso no qual os leitores do maior jornal dos Estados Unidos – o USA Today – escolheram o Alentejo (foto abaixo), em Portugal, como o melhor entre 20 destinos vinícolas do mundo, à frente de regiões badaladas como Champanhe e Bordeaux, na França, a espanhola La Rioja, a Toscana italiana, o Hunter Valley da Australia, a Croácia e até mesmo Napa Valley, na Califórnia.
Esta Grande Degustação Vinhos de Portugal ai estar também em Curitiba (01/09), Ribeião Preto (03/09) e Vitória (05/09). A Vinhos de Portugal tem um slogan excelente: “Alguns fazem vinhos, outros fazem história”. E de fato é assim mesmo. Trinta e dois produtores estiveram apresentando seus produtos – vinhos tintos, brancos, rosés e espumantes – e fazendo história. Adorei provar cada pedacinho desta história (abaixo, vinhedo na região do Vinho Verde).
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, mora e trabalha em São Paulo, e adora vinhos brancos com identidade regional e moscatéis portugueses.