Conheça o Hotel Palácio Estoril que faz história há 87 anos em Cascais, na grande Lisboa, a serviço de Sua Majestade, o Hóspede

Tempo de leitura: 8 minutos

Por Rogerio Ruschel *

“Creio que o sucesso deste hotel se deve ao facto de que nós trabalhamos como o James Bond: estamos a serviço dos hóspedes que são tratados como reis e rainhas”. Essa frase me foi dita por André Araújo e Sá, gerente de vendas, durante o café da manhã – o tal pequeno almoço que neste hotel deveria se chamar grande almoço, foto abaixo – no Hotel Palácio Estoril em Cascais, grande Lisboa.

Araújo e Sá estava relembrando uma das muitas histórias do hotel, tido como um dos mais clássicos da Europa. Esta se referia ao personagem James Bond/007, criado pelo escritor inglês Ian Fleming em uma das mesas do restaurante onde estávamos, e sobre um de seus livros que em 1968 se transformou no filme “007 ao Serviço de Sua Majestade” estrelado pelo segundo James Bond da série, o australiano George Robert Lazenby (abaixo).

Assim como o livro, o próprio filme teve partes produzidas nas dependências do Palácio Estoril, e um dos atuais Chefes de Portaria do hotel, José Diogo, então um doorman com 18 anos de idade, entrou para o filme e para a história entregando as chaves para 007. James Bond é uma estória que surgiu por causa de outra história que entrou para a História: a enorme coleção de hóspedes da realeza, aristocracia e alta burguesia no hotel, literalmente dezenas de reis e rainhas, principes e princesas, que durante muitos anos residiram ou realizaram grandes festas no Hotel Palácio Estoril.

O largo corredor que liga os restaurantes ao corpo principal do hotel (foto acima) é adequadamente denominado “Galeria Real – Royal Portrait Academy”, porque reúne dezenas de fotos documentando visitas, festas e banquetes realizados no hotel pela nobreza e personalidades do jet-se internacional ao longo de sua história. Nas fotos abaixo, algumas destas lembranças.

A preferência da realeza aumentou durante a Segunda Grande Guerra porque Portugal se posicionou de maneira neutra, o que levou algumas famílias reais a se exilarem no Estoril. Por alguns anos esta parte do litoral da grande Lisboa se tornou uma verdadeira “Costa dos Reis” e além das magníficas propriedades (uma das quais hoje está seduzindo a cantora Madonna), os membros da realeza europeia conviviam no Casino Estoril e no Hotel Palácio Estoril. Tanta riqueza, poder (e as fofocas decorrentes) atraiu a presença de espiões de todas as origens: o Hotel Palácio Estoril tem registros de hóspedes que eram espiões britânicos, russos, norte-americanos, franceses e alemães, que se encontravan no bar que eu e você podemos frequentar hoje. Na foto abaixo a fachada do Casino bem a direita, acima, vista do meu quarto, de noite.Um dos mais famosos espiões duplos que se hospedou no Palácio Estoril foi o sérvio Dusko Popov que trabalhava para os ingleses, transmitindo informações falsas para os alemães (alguns dizem que era o contrário…). Um dos contatos de Popov era o oficial da Inteligência Naval Britânica Mr. Ian Fleming, também jornalista e escritor. Eles faziam encontros não documentados no Casino do Estoril, que fica ao lado do hotel e que posteriormente foi denominado como Casino Royale por Fleming, para outro livro e filme. Segundo o próprio escritor, Popov foi o inspirador do James Bond.

Hospedar-se no Hotel Palácio Estoril em Cascais é um salto no tempo. Inaugurado em 1930, abriu as portas com uma luxuosa elegância e um padrão de qualidade que o tornou um clássico – e vem sendo mantido assim há 87 anos. O hotel tem um rigoroso controle de qualidade feito tanto pelos funcionários sob a direção do atento e discreto diretor geral Francisco Corrêa de Barros, como também pela familia de origem iraquiana que o comprou em 1980. Aliás, um dos membros da familia mora no hotel, e quando o dono mora ao lado você pode ter certeza de que vai ser bem tratado, concorda? Na foto abaixo, a piscina, inaugurada nos anos 1980.

O hotel tem 157 quartos e apartamentos acolhedores, com um conjunto mínimo de mordomias que costumam ser o máximo em outros hotéis modernos 5 estrelas. Entre estes recursos estão Internet ADSL e WiFi, ar condicionado individual, 1 ou 2 TVs planas e grandes com 100 canais, minibar 5 estrelas, cofre digital, mesa de trabalho com telefone. E tranquilize-se, minha cara leitora: tem secador de cabelo, um enorme espelho côncavo, roupões e chinelos charmosissimos e produtos de higiene da inglesa Molton Brown!

Fiquei num quarto localizado num andar alto, com uma varanda charmosa com magnífica vista sobre o jardim do Hotel, a piscina transparente, o vizinho Parque do Estoril (foto acima), o Casino Estoril e a vista do mar na Baía de Cascais. Cansado da viagem, sentei na varanda e relaxei degustando os deliciosos pasteis de Belém que estavam à minha espera junto com um decanter com vinho do Porto (foto abaixo) com um bilhete do diretor geral, ao lado da cama que era grande como família-size e macia como carinho de mãe…

“Sim, Deus existe e nunca mais sairei daqui”, pensei. Mas isso durou só até conhecer o banheiro, todo em mármore, que de fato merece ser chamado de Casa de Banhos, e onde pude testar a qualidade da banheira. Aí entendi porque afinal a nobreza européia e famosos e não famosos sem sangue azul se hospedam aqui. Mais tarde descobri também que no que se refere a comida os funcionários estão a serviço de Sua Majestade, o Hóspede. Aliás, como bom jornalista de turismo e viagens, visitei a cozinha, xeretei em receitas e conheci o chef executivo, Bernhard Pfister – na foto abaixo.

Almocei uma vez no Restaurante Terraço Bougainvillea (foto acima), aberto para o jardim e para a piscina, cujo cardápio mostra a ficha de hospedagem de vários espiões durante a Guerra, e cuja carta de vinhos prima pela qualidade de rótulos portugueses. Ao lado deste restaurante está o Bar Estoril (abaixo) onde, segundo dizem, os espiões faziam acordos e desacordos e se espionavam entre goles de champanhes francesas…

De noite no Grill Four Seasons (abaixo) experimentei um entrecôte de vitela, manteiga de wasabi, cogumelos shiitak e espargos verde (abaixo), acompanhado por duas taças de Três Bagos Sauvignon Blanc, um rótulo do Douro com grande final que ainda não conhecia. O restaurante tem decoração sóbria e pesada e cardápio impressionante, e degustei meu entrecote ouvindo um pianista tocar clássicos universais de bom gosto, entre os quais Tom Jobim e Frank Sinatra.

A impressão de elegância permanente do hotel se deve desde o início, nas salas de recepção, se multiplica em pequenos recantos atraentes como este abaixo, ao lado da piscina, e ao fato de que os hóspedes podem usufruir dos salões com bela decoração modernamente clássica, utilizados por nobres (e empresas) para realização de eventos. Conheci o Salão Imperial que vai receber um extraordinário concerto dia 18 de novembro próximo da famosa pianista norte-americana “Stenway” Pnina Becher que vai harmonizar peças do compositor Scarlatti com vinhos e espcialidades gastronômicas portugueses, no exclusivo programa Piano Reserva – A Scarlatti Soirée que “In Vino Viajas divulgou aqui . O Hotel tem outras áreas maiores como o Salão Europa, que recebe eventos para até 400 convidados e o Salão Atlântico, o maior, utilizado para receber até 700 pessoas. Além dos salões o hotel tem cerca de 10 salas para eventos, que acomodam de 40 a 500 pessoas.

O Hotel se chama Palácio Estoril Hotel, Golf & Wellness, mas não conheci o campo de golfe que fica a poucos quilometros; sei que Clubhouse tem um restaurante, 2 bares, piscina e pro shop. O Welness Center reúne uma academia com equipamentos para treinamento funcional e aulas de dança e o Espaço Banyan Tree, um spa que, dizem, tem uma abordagem holística de recomposição fisica e emocionjal, mas infelizmente não pude recompor nada.

O que vi foi uma piscina muito charmosa e salas para tratamentos “baseados em tradições asiáticas milenares” como se apresenta, um ambiente daqueles em que os clientes, geralmente mulheres, chegam a ficar até tres horas sendo massageadas com tal conforto que pegam no sono, mesmo tendo pedras quentes nas costas…

Falta dizer que o hotel fica a menos de 300 metros da praia e do trem da linha Cascais (20 minutos até o Cais do Sodré), e a 400 metros do Casino e do Centro de Congressos de Estoril. Depois disso, meu caro leitor ou leitora, só resta dizer: aproveite. Deus existe.

O Palácio Estoril é representado no Brasil pela Excelência de Portugal, cuja diretora em São Paulo é Fabiane Schlindwein Heilser, fone 011-9-8992-1007 ou e-mail fheisler@excelenciadeportugal.com

(*) Rogerio Ruschel esteve no Hotel Palácio Estoril a convite da empresa e da Excelência de Portugal.

 

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