Licor feito com borra do café por portugueses e espanhóis é uma das melhores invenções de 2013 pela revista Times

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Por Rogerio Ruschel (*)
Pesquisadores da Universidade do Minho, de Portugal, e da Missão Biológica da Galícia (órgão do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha – CSIC) anunciaram formalmente a criação de uma nova bebida, um destilado produzido a partir das borras de café e que já foi provado e aprovado positivamente pelo provadores do Consejo Regulador de las Indicaciones Geográficas de Aguardientes y Licores Tradicionales de Galicia. O novo destilado – que vem sendo considerado um licor – foi destacado pela revista Time, dos Estados Unidos, como uma das 25 melhores invenções de 2013.

 

O programa de desenvolvimento da nova bebida foi publicado na revista especializada LWT – Food Science e Tecnologia Magazine e foi o segundo artigo mais lido dos últimos três meses. O artigo descreve a metodologia de produção da bebida e sua caracterização aromática e perfil sensorial. Resumidamente, um dos pesquisadores informa que a borra de café é fermentada através de um processo hidrotérmico com a adição de açúcar; em seguida o líquido é destilado para se obter uma bebida com 40 graus de álcool, com sabor e aroma de café e praticamente livre de cafeína, que desaparece na destilação. Segundo a revista Time, a nova bebida é tão forte quanto tequila e vodka e o sabor pode melhorar com a idade, ao envelhecer.

 

A caracterização aromática da nova bebida foi feita pela Dra. Mar Vilanova de la Torre (acima), pesquisadora do CSIC e especialista em vinhos e destilados, em conjunto com membros do “Panel de Catadores del Consejo Regulador de Orujo de Galicia”, como de alta qualidade e com um perfil aromático muito peculiar. A produção é relativamente simples e econômica e também ecológica, porque a matéria-prima é um resíduo da indústria alimentícia, especialmente cafeeira. Atualmente a invenção está sendo patenteada para início de produção em escala e comercialização. Será que algum empresário brasileiro vai se candidatar a produzir a nova bebida?
 
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo e gosta de idéias sustentáveis.

 

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