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O Território Bobal, que inclui vinhedos certificados com a DO Utiel-Requena, já havia sido incluído na lista indicativa da UNESCO em 1998 com o projeto ‘Vino y Viñedo – Itinerario cultural a través de los Pueblos Mediterráneos”; agora o pedido está sendo re-encaminhado como “Paisagem Cultural”, categoria criada pela Unesco em 1997. 27 séculos de produção vinícola ininterrupta na região (evidenciada por tesouros arqueológicoscomo os das fotos abaixo) fundamentam o pedido.
O pedido está sendo feito por um grande grupo de entidades como a Associação Denominação de Origem DO Utiel-Requena eo Instituto Valenciano de Conservação e Restauraçãode Bens Culturais (IRCA) da Generalitat Valenciana e dezenas de outras entidades técnicas e de promoção da vinicultura e do turismo do Território Bobal. Na foto abaixo uma das muitas reuniões de trabalho do grupo promotor. Estas instituições são apoiadas por especialistas em patrimônio cultural, professores e acadêmicos de diferentes disciplinas, arquitetos, advogados, arqueólogos, engenheiros, arquitetos e paisagistas, historiadores de arte e filósofos, entre outros.
O pedido repousa sobre o legado acumulado ao longo de 27 séculos de cultivo e comércio de uvas e produção de vinho, na região em um ambiente onde existem grandes contribuições culturais e artísticas. Nas fotos de abertura e abaixo, imensas ânforas em caves subterrâneas en La Villa, perto de Requena são uma das atrações.
O âmbito geográfico da região Território Bobal/Utiel-Requena é o espaço físico e cultural onde foram encontradas algumas das mais antigas evidências arqueológicas de produção e comercialização de vinho na Europa (como no Yacimiento de las Pilillas. Do século VII a.C. – veja na foto abaixo) que manteve-se sem interrupção até o século XXI.
Esses dois atributos – idade e continuidade – resultaram em uma paisagem única dos pontos de vista geográfica, humano e cultural, cujo símbolo e expressão de sua evolução do ponto de vista vinícola é a preservação e uso econômico da variedade local de uva chamada Bobal (veja abaixo), que a cada dia recebe mais reconhecimento internacionais.
A viticultura ocupa atualmente 7.000 viticultores e 108 produtores de vinhos que plantam 40.000 hectares de vinhedos em uma região homogêneaque representa o coração do vinhedode Valência – veja o mapa abaixo. Foram produzidas 26,7 milhões de garrafas em 2013. A variedade de uva Bobal é a mais difundida na região da DO Utiel-Requena e é especialmente adequada para a produção de vinhos rosés de grande frescor e maceraçãocarbônica.
Outra variedade de uva da DO Utiel-Requena é a Macabeo, que permite a produção de vinhos brancos cor verde palha, aroma intensoe frutado, tambémdestinados para vinhos espumantes quandomisturada com a variedade Tardana, uva localmais dourada. Outras uvas autorizadas na DO são Merseguera, Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo, Garnacha, Savignon Blanc e Chuardonnay.
Para proteger e valorizar a atividade vinícola secular da região foi criada a Denominação de Origem D.O. Utiel–Requena, baseada nas espécies de uvas acima comentadas. E para promover o turismo na região foi criada a Rota do Vinho Utiel-Requena-Camporrobles que abrange 10 municípios, Caudete, Chera, Camporrobles, Fuenterrobles, Requena, Siete Aguas, Sinarcas, Utiel, Venta delMoro e Cabriel Villargordo,que oferecem todos os serviços para desfrutar do melhorturismo, vinho e gastronomia desta bela região de Valência.Na foto abaixo, embutidos locais.
A Unesco já reconheceu várias regiões vinicolas do mundo como Patrimônio da Humanidade, veja abaixo. Recentemente as regiões francesas da Borgonha e Champanhe tiveram negado seu reconhecimento pela Unesco da importância cultural e histórica de seus climats, caves e vinhedos, mas o pedido vai ser reapresentado a Unesco em 2015.
Saiba mais sobre vinhedos e patrimônio da Unesco acessando:
Piemonte, na Itália, é a sétima região vinícola reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco: http://www.invinoviajas.com/2014/06/piemonte-na-italia-e-setima-regiao/
A Cultura do Vinho poderá ser Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO; veja entrevista exclusiva com Santiago Vivanco, presidente da Association for Culture and Tourism Exchange (ACTE), idealizador da proposta em http://www.invinoviajas.com/2013/12/a-cultura-do-vinho-pode-ser-um/
(*) Rogerio Ruschel é jornalista e gosta de cultura em geral – especialmente quando pode ser servida em taças.
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