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A Associazione Nazionale Città del Vino da Itália reúne 482 comunidades que tem no turismo uma das mais importantes atividades econômicas. A rede oferece 140 “estradas do vinho”, 4.000 albergues (com 142.000 leitos), 1.500 fazendas agroturísticas (com 18.000 leitos), 188 campings, centenas de produtores de vinho e milhares de restaurantes. São responsáveis por 200.000 hectares de vinhedos de qualidade, 80% dos vinhedos com classificação DOC e DOCG da Italia. A Associação faz uma pesquisa anual junto a seus associados, o “Osservatorio sul Turismo del Vino”. In Vino Viajas publica agora o terceiro post sobre esta pesquisa de fevereiro de 2013.
O texto abaixo é parte do capítulo “Sobre estratégias, recursos e políticas” do “XIo. Rapporto Annuale” com tradução de Benito Boni e adaptação de Rogerio Ruschel. As palavras originalmente grafadas em negrito foram mantidas assim.
“Arte, cultura e enogastronomia são fortes embaixadores do made in Italy que – não obstante a crise – dão prestigio e relevo internacional ao nosso país. A contaminação entre esses vetores pode gerar valor, ocupação, novo empreendimento e seria miopia deixar de considerá-los como os coringas (azes) de uma estratégia importante para o futuro, pelo que será ao fim da crise (?) e pelo que será a longo prazo. (Nota do editor: veja abaixo gráfico que mostra a importância dos vários fatores de atração do enoturista).
Um exemplode quanta fusão possa haver entre os temas da cultura e do vinho, é dado pelo projeto de cooperação internacional Vintur que lançou com “iter vitis” uma nova forma de promoção, valorização e tutela do patrimônio europeu, material e imaterial, da cultura da videira e do vinho, através da realização e gestão de um itinerário cultural europeu (“iter vitis”). (Nota do editor: o projeto Vintur é de cooperação dos países europeus e você pode conhecê-lo em http://www.arev.org/es).
Que políticas adotar? Investir sobre as excelênciasou reforçar as fraquezas? Adotar o objetivo de crescer quantitativamente(número de visitantes) ou acrescer o valor da visitação? Aumentar outras tantas metas/destinos ou distritualizar(operar dentro de distritos prévios)? Muitas rotas e estradas ou poucas rotas e estradas? As respostas, como sempre, são não unívocas. É necessário fazer uma análise séria de onde se está, onde se quer chegar, com que meios, em quanto tempo e através de quais ações (só assim se podem tomar decisões de estratégia e de marketing).
Estes últimos anos nos dizem porém que existem escolhas e endereços diferentes, com resultados também diferentes: temos alguns roteiros que operam com inteligência e com bons resultados, outros que existem só nos mapas. E sobre a fama? Pequenos destinos podem achar a chave do tesouro, enquanto territórios mais amplos e mais conhecidos permanecem estagnados. Porque?
A competição que se estabelece é absolutamente extraordinária com pontas de atratividade e de capacidade concorrencial, seja em escala municipal ou regional de difícil emulação. Perder a ocasião de investir recursos do que resta dos financiamentos europeus 2006-2013 disponíveis e do que será disponível para 2014-2020, seria profundamente auto-lesionista, “um tiro no pé”.
Programar uma grande temporada de investimentos – dos micros aos macros: desde a pequena manutenção dos burgos às grandes infra-estruturas, desde as cadeias hoteleiras à receptividade de hospedarias “verde”, desde a conservação das praças à valorização do território e da paisagem, desde a formação de fundos de investimento ao estímulo para novas empresas, etc.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo, profissional de marketing com ampla experiência em pesquisas e adora passear por rotas do vinho