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Seu talento é compartilhado em palestras mensais batizadas de “Tasting in the Dark” (“degustando no escuro”, em tradução literal) na vinícola do diretor de cinema Francis Ford Coppola e atrai centenas de pessoas que aprendem a apreciar o vinho com os olhos vendados. Veja abaixo, uma sessão de degustação com o mestre.
Elogiado por seu desempenho superior em identificar aromas, Wedler trabalha como voluntário em campanhas públicas e ajuda a organizar acampamentos para cegos, o que lhe rendeu uma homenagem da Casa Branca. O segredo dele? Não tem segredo: “Eu presto muita atenção aos detalhes”, explica Wedler. “Eu me treinei a confiar no meu olfato para saber onde estou. Não acho que seja melhor do que ninguém, mas eu me concentro no meu olfato e na audição, então meus sentidos ficaram bem desenvolvidos.”
No Brasil muitos deficientes visuais também estão desenvolvendo seus talentos na ciência sensorial e se qualificando para trabalhar com a identificação de aromas (foto acima). O melhor trabalho neste sentido vem sendo feito pela Casa da Travessa, um conhecido espaço de cursos, eventos, feiras e degustação de vinhos dirigido pela sommeliére Daniella Romano. No elegante sobrado dos ano 20, reformado e adaptado para estes eventos, quase não existem datas livres por causa da realização permanente de cursos profissionalizantes em vinhos e destilados, uisques, queijos, chocolates, charutos e cervejas entre outros.
Mas uma vez por semana Daniella (de roupa clara, na foto acima, com seus alunos) fecha a casa para receber os participanters do “Ver o Vinho”, um grupo de deficientes visuais que estuda análise sensorial de vinhos, alimentos e outras bebidas. É um trabalho sem fins lucrativos, gratuito para os alunos, que começou em 2010 e que foi evoluindo e gerando recursos próprios e atividades especiais – como por exemplo, um passeio no Mercado Municipalde São Paulo para conhecer e identificar centenas de aromas de frutas, ervas, alimentos e bebidas (foto abaixo).
“Com a convivência, fui observando que o material que estava utilizando com eles não estava ajudando muito, era dificil de manipular e eles ficavam muito dependentes de mim. Então comecei a testar e a desenvolver materiais que fossem acessíveis”, diz Daniella Romano que é a criadora de uma caixa de aromas (na foto abaixo), a melhor do Brasil, um estojo com dezenas de aromas diferentes e textos de apoio que é utilizado nos diversos cursos regulares. Mas para poder utilizá-la no programa “Ver o Vinho”, foram desenvolvidos textos e documentos em braile.
A caixa de aromas do vinho é uma ferramenta indispensável para as pessoas que gostam ou que querem aprender a degustar vinhos, porque ajuda no treino da memória aromática, no reconhecimento dos aromas das uvas, e ajuda a ampliar o vocabulário especializado, pois às vezes não temos a palavra “certa” para definir o que estamos sentindo. Os alunos do grupo “Ver o Vinho” tem desempenho superior no trabalho com a caixa. “Estudei análise sensorial e essa formação desperta os sentidos; sei que deficientes visuais tem potencialmentse uma capacidade incrível para desvendar aromas, e achei que eles poderiam desenvolver esta habilidade em algo útil e assim decidi montar um grupo com pessoas portadoras de deficiencia visual para oferecer treinamento”, resume Daniella.
In Vino Viajas faz um brinde a Hoby Wedler, estrela da Vinícola de Francis Ford Coppola e aos alunos do “Ver o Vinho”, da Casa da Travessa, por mostrarem que talento e a dedicação supera todas as deficiências. Tim-tim!
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Rogério, muito obrigada pelo seu carinho ao definir tão bem nosso trabalho aqui com o Ver o Vinho! Gostei muito de saber sobre o Wedler, que está no Coppola. Eu tive a oportunidade de estudar análise sensorial em Davis, eles são muito bons nesse assunto. Grande abraço de todos nós do Ver o Vinho. Cheers
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Parabéns pelo teu trabalho, Daniella; a matéria está sendo bem recebida em muitos países, porque a nobreza de caráter é um sentimento universal. Abs, Rogerio