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Por Rogerio Ruschel (*)
Talvez você não tenha muita simpatia por morcegos, tudo bem, mas saiba que 99% de tudo que você já ouvir falar sobre eles é preconceito; eles são polinizadores de flores e frutos e comem insetos perigosos. O projeto da Herdade do Esporão está atraindo morcegos-de-kuhl e morcegos arborícolas, duas das 27 espécies existentes em Portugal, e que são muito úteis, como diz Mário Carmo, biólogo da empresa porque “Eles são muitos pequeninos e todas as noites comem metade do seu peso em insetos”. Morcegos ajudando no controle de pragas é apenas uma das muitas iniciativas da conservação da biodiversidade da Herdade do Esporão, cujo respeito pelo patrimônio ambiental e por suas práticas de sustentabilidade vem lhe rendendo muitos prêmios.
Se você fizer uma lista de melhores práticas empresariais em sustentabilidade, a empresa tem contribuição importante em todas elas: realiza planejamento e gestão sustentável dos vinhedos e dos olivais (dos 450 hectares de vinhas, 138 são agricultura biológica e os outros quase não usam produtos químicos); faz controle permanente do uso de insumos, água e energia; pratica os 3 Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar no dia-a-dia; mobiliza, informa e educa as comunidades e seus fornecedores e busca o eco-design nos materiais produtivos que utiliza. E segundo João Roquette, o CEO da Herdade do Esporão, neste ano de 2016 a empresa vai testar outra alternativa mais sustentável: plantar urtiga, um repelente natural de vários insetos.
A Herdade do Esporão é uma empresa que se reinventa há mais de 700 anos. Fundada no ano de 1267 – isso mesmo, no século XIII – a Herdade do Esporão preserva três importantes monumentos históricos na propriedade como testemunhas desta longa dedicação à atividade vitivinicola: o Arco do Esporão, a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios e a Torre do Esporão, construída em torno de 1490 e que aparece no logotipo da empresa (veja na foto abaixo, onde eu estou com o enólogo Rui Flores). Na foto acima, parte destes monumentos arquitetônicos e uma oliveira centenária, um verdadeiro monumento ambiental.
A empresa é proprietária da Herdade do Esporão, no Alentejo, e da Quinta das Murças, no Douro. Nestas unidades produz azeites de grande qualidade e alguns dos mais conhecidos vinhos de Portugal, como o Talha, Torre, Esporão, Verdelho, Altos do Esporão e o Monte Velho – muito popular no Brasil – além do Quinta das Murças, Alandra e Assobio, entre outros.
Uma visita a Herdade do Esporão está em 9 de cada 10 roteiros de enoturismo no Alentejo, e por ótimas razões: é um dos melhores de Portugal. O turista sempre vai encontrar gastronomia de qualidade no restaurante próprio, ótimos passeios na adega (incluindo um túnel com barricas a 17 m de profundidade, onde descansam vinhos especiais – foto abaixo), além de poder visitar a parte industrial (abaixo) e os vinhedos, o que pode incluir pique-niques, caminhadas, passeios de bicicleta e observação de aves.
Para complementar a visita, a empresa oferece programas especiais de degustação para especialistas, pequenos cursos – e no final do roteiro, a venda de produtos com preços vantajosos na loja da quinta. Aliás, já no começo do roteiro, no salão de entrada, o visitante pode conhecer detalhes dos ecossistemas do Alentejo em quadros expostos nas paredes (veja abaixo).
O patrimônio histórico também é valorizado e está ao alcance dos visitantes que podem conhecer a Torre do Esporão, o Museu Arqueológico dos Perdigões que mantém registros de ocupações celtas com mais de 3.000 anos (foto abaixo), a Capela de Nossa Senhora dos Remédios (também abaixo) que teve seus afrescos restaurados, e o Arco do Esporão.
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